Radar SXSW 2025: O Fim da Medicina Reativa e o Início da Era Sensorial, Social e Sintética
- Paulo Crepaldi
- 26 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de mai.

Se você me perguntar o que eu vi no SXSW 2025, a resposta pode até soar tecnológica, mas o que eu realmente senti foi humano. Entre algoritmos e células, IA e menopausa, sensores invisíveis e solidão explícita, uma mensagem ficou clara: a saúde está mudando de forma — e de lugar.
Ela está saindo dos hospitais e entrando nas nossas casas.
Está saindo das bulas e entrando nas conversas.
Está saindo das prateleiras e entrando nos dados.
Está deixando de ser apenas biológica, para se tornar também emocional, relacional e… digital.

Abaixo, compartilho os quatro grandes eixos que mais me impactaram. Use esse radar para pensar o futuro, inovar com propósito — e construir uma saúde mais viva, mais justa, mais inteligente.

A União de Bits e Genes: Bem-vindo à Terceira Geração da Saúde
A primeira geração foi feita de equipamentos. A segunda, de wearables. A terceira? De sensores invisíveis, células digitais e inteligência viva.
Amy Webb chamou de living intelligence a nova era onde IA, sensores e biotecnologia se fundem.
Priscilla Chan, da Chan Zuckerberg Initiative, mostrou como isso já está acontecendo com modelos virtuais de células humanas, que permitirão prever o melhor tratamento para cada indivíduo — antes mesmo de começar.
A medicina será preditiva, personalizada e programável.
O laboratório será também um computador.
E o remédio certo, para a pessoa certa, na hora certa, será regra — não exceção.

2. D2P: O Paciente Agora Está no Comando
O paciente de hoje não quer ser convencido. Ele quer ser incluído. Ele não aceita ser apenas receptor — ele exige ser protagonista da própria saúde.
Estamos vivendo o nascimento do modelo Direct-to-Patient (D2P). E isso exige confiança em ciência, linguagem acessível e uma estratégia omnichannel.
“We need to meet people where they are.” (Precisamos encontrar as pessoas onde elas estão) – Painel Moderna
“I want my doctor to look at my DNA and say: ‘This antidepressant will work best for you.’ (Eu quero que meu médico olhe meu DNA e diga: Este antidepressivo é o melhor para você) – Priscilla Chan
Saúde se comunica onde o paciente está — seja no consultório ou no TikTok.
Confiança é o novo diferencial competitivo.
E o relacionamento entre marcas de saúde e pessoas será definido pela clareza, empatia e presença.
3. Longevity is the New Aging: Viver Muito vs. Viver Bem
Viver mais é bom. Mas viver bem, por mais tempo, é o verdadeiro futuro da medicina.
O termo healthspan dominou os painéis. E com razão: o mundo está envelhecendo, e esse envelhecimento precisa ser ativo, saudável e conectado.
“Longevity is really the new aging.”(Longevidade é a nova realidade para envelhecer) – Carla Buzasi (CEO WGSN)
“It’s not just about adding years to life, but life to years.” (Não é sobre adicionar anos na vida, mas vida aos anos) – Dr. Matt Kaeberlein (Biogerontólogo)
O cuidado está migrando do hospital para casa, da doença para a prevenção, da idade cronológica para a biológica.
Monitoramento contínuo, nutrição de precisão e IA para bem-estar serão padrão.
E isso tudo cria um novo mercado para quem entender que longevidade é personalização.
4. From Mental to Social Health: A Nova Prescrição é Pertencer
Estamos tratando burnout, depressão, ansiedade. Mas e a raiz disso tudo? A solidão.
Como disse Scott Galloway:
“The biggest threat to America right now is loneliness.” (A maior ameaça da América nos dias de hoje é a solição)
A saúde mental se amplia para incluir a saúde social — a qualidade das conexões humanas que sustentam nosso bem-estar.
“Socially fit teams are the future.” (Equipes que se adequam socialmente entre si são o futuro) – Kasley Killam

Empresas terão Chief Social Health Officers.
Médicos vão prescrever grupos, comunidades, vínculos.
E o novo luxo será sentir-se pertencente.

Em resumo...
A saúde está deixando de ser algo que você consome. E está se tornando algo que você vive, sente, constrói — todos os dias.
O que está por vir é profundo:
🧠 IA que entende sua biologia.
🤳 Wearables que te conhecem melhor do que você mesmo.
🫂 E conexões humanas como terapia.
A pergunta não é mais se isso vai acontecer. É: quem vai liderar essa transformação?
Quer receber os próximos relatórios com curadoria estratégica de tendências em saúde e inovação?
Assine nossa newsletter e receba uma análise por semana direto no seu inbox. (link da newsletter)
Assinado: Paulo "PC" Crepaldi, Head de Experiências da Rocketbase - Venture Studio
Comments