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A Evolução dos Wearables na Saúde: Do Contato à Invisibilidade

Atualizado: 1 de abr.

Fonte: Valor Econômico do Mês de Fevereiro



As Três Gerações do Monitoramento de Saúde


O monitoramento de saúde pode ser dividido em três fases principais:


Primeira geração: equipamentos hospitalares tradicionaisNo passado, exames médicos exigiam equipamentos volumosos, como eletrocardiogramas e aparelhos de monitoramento de sinais vitais. Eles forneciam dados precisos, mas o acesso era limitado a hospitais e clínicas.


Segunda geração: wearables vestíveisO avanço dos sensores e da miniaturização eletrônica permitiu a criação de dispositivos como smartwatches, pulseiras inteligentes e roupas equipadas com sensores. Esses wearables possibilitaram a coleta contínua de dados, como frequência cardíaca, nível de oxigenação no sangue e qualidade do sono, diretamente no dia a dia do usuário.


Terceira geração: sensores invisíveisAtualmente, estamos entrando em uma nova fase, onde a tecnologia de monitoramento já não precisa de contato com a pele para funcionar. Sensores instalados no ambiente utilizam ondas de rádio e inteligência artificial para analisar sinais fisiológicos, como respiração, tremores e variações cardíacas.

Um exemplo dessa inovação é a tecnologia desenvolvida pela Emerald Innovations, uma startup do MIT, que permite o monitoramento remoto de pacientes sem necessidade de dispositivos vestíveis. Esse método já está sendo utilizado pela Sanofi para análise de sintomas de dermatite atópica em crianças, garantindo um acompanhamento mais preciso e sem desconforto para os pacientes.

Com essa nova abordagem, torna-se possível monitorar doenças como Alzheimer, Parkinson e doenças autoimunes, analisando padrões de comportamento e sinais fisiológicos sem a necessidade de consultas presenciais frequentes.

O Crescimento do Mercado de Wearables


Os wearables não são mais apenas acessórios tecnológicos, mas sim ferramentas essenciais para a saúde preventiva e o acompanhamento de pacientes. O mercado global desses dispositivos deve crescer de US$ 45 bilhões em 2024 para US$ 151,8 bilhões em 2029, segundo o estudo Wearable Medical Devices: Technologies and Global Markets.

Esse crescimento está sendo impulsionado por três fatores principais:

  • Evolução da Inteligência Artificial: Algoritmos estão ficando mais sofisticados, permitindo análises mais precisas e até mesmo previsões sobre a saúde do usuário antes que sintomas graves apareçam.

  • Maior aceitação dos usuários: Wearables estão se tornando parte do cotidiano das pessoas, seja para monitoramento esportivo, seja para controle de condições médicas

  • Tendência de descentralização da saúde: O conceito de desospitalização está crescendo. Com mais monitoramento remoto, pacientes podem ser acompanhados sem a necessidade de internações frequentes, reduzindo custos hospitalares e aumentando a eficiência dos tratamentos.


Privacidade e Segurança: Os Desafios do Monitoramento Digital


Com a crescente adoção dos wearables, surge uma preocupação crítica: como garantir a privacidade e a segurança dos dados coletados? Diferente de um prontuário médico tradicional, que fica armazenado em um hospital, os wearables geram dados continuamente, muitas vezes armazenados em servidores na nuvem, onde podem ser acessados por diferentes entidades.

Algumas questões essenciais precisam ser debatidas:


  • Quem tem acesso aos dados do usuário? Hoje, muitos dispositivos enviam informações para empresas privadas sem transparência sobre o uso desses dados.


  • Como garantir a conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)? Empresas que coletam e processam dados sensíveis precisam adotar práticas rigorosas de segurança e obter consentimento claro dos usuários.


  • Interoperabilidade e padronização dos dados Atualmente, não há um padrão único para que diferentes wearables se comuniquem com sistemas de saúde. Isso pode dificultar a adoção mais ampla da tecnologia e criar barreiras para um atendimento integrado.

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