O plano de US$ 500 milhões para matar o smartphone
- Paulo Crepaldi
- 14 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de mai.

O salto das habilidades de IA
Se você trabalha com marketing ou está envolvido em qualquer área estratégica das empresas, provavelmente já sentiu a pressão: dominar ferramentas baseadas em IA deixou de ser diferencial e passou a ser requisito.
Dados recentes do Google - The Future of Marketing mostram que a demanda por habilidades em IA no marketing quase triplicou entre 2022 e 2023, superando o crescimento de qualquer outra competência. Entre elas, funções como gestão de equipe, análise e geração de leads ficaram praticamente estagnadas — ou pior, em queda.
Se liga neste gráfico que circulou amplamente no setor, representando essa mudança entre 2021 e 2024, mostra que:
A média geral de crescimento em habilidades foi modesta.
Já a IA desponta sozinha com uma curva explosiva, especialmente de 2022 em diante.
Enquanto isso, Project Management e Analysis Skills apresentam queda acumulada, mostrando que o foco estratégico está mudando de forma concreta.
O meu entendimento: A IA está deixando de ser apenas uma ferramenta para se tornar o ambiente operacional central em que o marketing vive. Como disse a consultoria Accenture:
“...Não é sobre usar IA, é sobre operar em IA”.
Smartphone é coisa do passado!?
E se, em vez de dominar ferramentas dentro do seu smartphone, a IA começasse a viver fora dele?
Essa é a ambição por trás de uma união que tem gerado burburinho no Vale do Silício: Sam Altman (OpenAI) e Jony Ive (ex-Apple) estão desenvolvendo algo radical. Através da startup io Products, eles trabalham em um dispositivo que pode substituir os smartphones, com uma proposta completamente nova: sem tela, com comando de voz, IA embutida e integração ambiental total.
Esse movimento ganhou ainda mais força com rumores de que a OpenAI poderia comprar a io Products por US$ 500 milhões. Se liga quem estaria envolvido nessa nova aposta:
OpenAI – IA generativa e chips próprios (sim, eles querem menos dependência da Nvidia);
LoveFrom (de Jony Ive) – Design icônico, com DNA do iPhone, iMac e Apple Watch;
io Products – Engenharia e prototipação do hardware.
E não para por aí: a OpenAI também vem desenvolvendo assistentes de voz ultranaturais, sistemas para navegadores e até robôs humanoides. Ou seja: ela quer sair do chat e encarnar no seu cotidiano físico, se já não o fez, o meu com certeza.
Tem gente que chama de sorte!
Agora, some isso ao contexto geopolítico: a guerra comercial entre EUA e China está pressionando a Apple a mudar sua produção — e isso pode ter impacto direto no bolso. Segundo o UBS, o preço do iPhone 16 Pro Max pode subir 79%, passando de US$ 1.199 para US$ 2.150, se as tarifas se mantiverem em 145%.
Essa inflação abre uma brecha para inovação radical.
Se o celular vai se tornar um luxo impagável, por que não repensar o que ele é? Afinal, o smartphone como conhecemos já está saturado — tanto em design quanto em funcionalidade. É nesse vácuo que a nova proposta da OpenAI e Ive quer entrar: um dispositivo (se é que podemos chamar assim) mais leve, mais humano e sem atrito social, será!?
Um novo ciclo se aproxima
Assim como o marketing está sendo reescrito por ferramentas de IA, os próprios meios físicos pelos quais interagimos com a tecnologia estão mudando.
Estamos saindo da era dos apps e entrando na era de dispositivos invisíveis assistidos por IA.
Para profissionais, investidores e líderes que atuam na interseção entre tecnologia, comportamento humano e estratégia de produto, o recado é claro: as skills precisam evoluir junto com os dispositivos. Mais do que nunca, será preciso entender:
Como criar experiências com IA sem tela;
Como integrar interfaces invisíveis ao cotidiano;
Como repensar o design de produtos com foco em fluidez e naturalidade
Referências:
Google – The Future of Marketing Report, 2024
Indeed Hiring Lab, 2023
The Information, 2024
NY Times, entrevista com Jony Ive
UBS Investment Bank, projeções sobre tarifas e preço do iPhone
MarTech Survey 2023/24
Assinado: Paulo "PC" Crepaldi, Head de Experiências da Rocketbase - Venture Studio
Comments