top of page

SXSW 2025: Não é Sobre Tecnologia. É Sobre Gente.

Atualizado: 13 de mai.




Todo ano, o SXSW nos joga dentro de um vórtice: luzes, painéis, tendências e aquela mistura de hype e esperança que só o futuro sabe provocar. Mas 2025 veio diferente.


Entre robôs que pensam sozinhos, superchips que raciocinam melhor que muita mesa de reunião e discussões sobre o fim (ou reinvenção) do trabalho como conhecemos, surgiu uma percepção incômoda — e reveladora:


O que está mudando não é só a tecnologia. Somos nós. Nosso jeito de pensar, de trabalhar, de se relacionar. De sentir.


O SXSW 2025 não foi sobre gadgets. Foi sobre existência. Sobre IA, sim — mas também sobre ansiedade. Sobre chips, mas também sobre empatia. Sobre o que nos espera… e o que deixamos de esperar.


Nesse artigo, revisito cinco dos temas que mais me provocaram, inspiraram e, talvez, até tiraram o sono. Porque o futuro não é uma linha do tempo. É um espelho. E ele está, mais do que nunca, nos olhando de volta.



Inteligência Artificial: O Futuro Está Sendo Superestimado?


Se tem um tema que monopoliza os holofotes em eventos como o SXSW, é a inteligência artificial. Mas em 2025, algo mudou. A empolgação deu lugar a uma inquietação. O tom agora é outro: mais sóbrio, mais crítico. E, quem diria, até cético.


Kara Swisher e Scott Galloway, aquele duo que não economiza nas provocações, jogaram gasolina no fogo com uma pergunta que ainda deve estar ecoando nos corredores de Austin:

💡 “A IA está realmente criando valor para a sociedade, ou só concentrando riqueza e poder?”


Spoiler: não tem resposta fácil. Mas tem reflexão urgente.


A Revolução do Trabalho — e o Grande Paradoxo


Ninguém mais precisa convencer ninguém de que a IA funciona. Ela já escreve texto, cria arte, diagnostica doenças e até atende clientes com uma paciência que humanos perderam há séculos.


O problema é que, enquanto a tecnologia avança, o abismo social escancara:


✅ Escritórios de advocacia diminuem equipes — afinal, um algoritmo não toma café nem exige aumento.✅ Agências substituem redatores e designers por IA generativa.✅ Call centers? Viraram quase todos bots com voz suave e latência mínima.


Mas… e aí vem o paradoxo: quanto mais a IA cresce, mais a gente percebe o valor do que ela não entrega. Empatia. Criatividade. Julgamento humano.


⚠️ Só que estamos treinando as pessoas… pra quê, mesmo?


📉 O sistema educacional segue focado em competências do século XX, enquanto o mercado já mudou de século — e de planeta. O que nasce disso?


  • Uma elite hiperqualificada que surfa a onda.

  • Uma base excluída, substituída e sem bússola.

  • Uma classe média encolhendo sem saber pra onde ir.


O Valor Real da IA — OpenAI e a Lição da Moderna


Vamos falar de dinheiro?


A OpenAI está avaliada em impressionantes US$ 300 bilhões. Isso mesmo: trezentos bilhões por uma empresa que, até outro dia, era uma ONG de pesquisa.


Mas Galloway alerta: alto valuation não é sinônimo de impacto sustentável. Ele comparou a empolgação com a IA à da vacina da Moderna contra a COVID-19 — uma revolução médica real que salvou milhões de vidas. Ainda assim, a empresa perdeu US$ 127 bilhões em valor de mercado pós-euforia.


A pergunta que vale o IPO: será que a verdadeira revolução da IA está em quem cria, ou em quem aplica com inteligência?


Spoiler de novo: Galloway aposta na segunda opção. Como aconteceu com a internet, os gigantes não foram os inventores da tecnologia, mas os que a usaram para reinventar mercados inteiros.


NVIDIA: A Bolha que Não É Bolha (Mas Talvez Seja…)


E se chips fossem o novo petróleo?


No SXSW 2025, Galloway também trouxe uma lente inesperada sobre a NVIDIA — queridinha do momento, amada por engenheiros e agora idolatrada por investidores. Muitos a comparam à Cisco de 1999, que subiu às alturas e depois… bom, despencou 90%.


Mas os dados de hoje contam outra história:


  • 🚀 Crescimento anual de 53%.

  • 📊 Ações negociadas a 32 vezes o lucro (bem abaixo de outras gigantes).

  • Para comparação: a Tesla cresce 15% e tem múltiplos de 125 vezes o lucro.


Sem contar que os chips da NVIDIA aparecem em 90% dos artigos científicos sobre IA. Literalmente, o mundo da IA roda nos trilhos de silício da empresa.

E o CEO Jensen Huang? Já vale mais que a Boeing inteira. Uma pessoa. Uma empresa. Mais que uma fabricante de aviões. Respira fundo.


O Novo Petróleo Digital


A provocação é clara: talvez não estejamos vivendo uma bolha. Talvez estejamos testemunhando a consolidação da IA como infraestrutura crítica — a energia do século XXI.


Se antes a geopolítica girava em torno do petróleo, hoje o jogo é outro. Quem dominar os chips, domina o fluxo de dados, de decisões, de poder.


Então… o Futuro Está Superestimado?


Talvez sim. Talvez não. O que é certo: está sendo mal compreendido.


A IA não é solução mágica, nem apocalipse automatizado. É ferramenta. E, como toda ferramenta poderosa, ela amplifica: o bom, o ruim, o justo, o injusto.


🎯 O desafio? Não é correr atrás da próxima hype. É entender onde você se encaixa:👉 Na fila dos que criam tecnologia?👉 Na dos que sabem usá-la melhor que todo mundo?


Porque, no fim do dia, quem transforma tecnologia em impacto é quem a aplica com propósito.



A Nova Era das Fábricas de Inteligência


No começo era o bit. Depois, vieram os dados. Agora, bem-vindo à era dos tokens.


Não, não estamos falando de criptomoedas — estamos falando das menores unidades da nova inteligência artificial. Cada token é como um tijolo: pode virar uma palavra, uma imagem, uma molécula, uma decisão. E quem controla a produção de tokens, controla o fluxo de conhecimento da era digital.


Foi isso que Jensen Huang, CEO da NVIDIA, apresentou no GTC 2025. Não...Não foi no SxSw...Foi no evento anual da NVIDIA dias atrás. Mas representou muito bem tudo o que foi falado de IA durante o SxSw 2025. E o que parecia papo de engenheiro nerd logo ganhou contornos épicos. Porque, ao que tudo indica, a próxima revolução industrial será construída sobre tokens — e dentro de fábricas de IA.


Os Tokens São os Novos Bits


Tokens são mais do que saídas de modelos. Eles são a nova matéria-prima da inteligência. Quando um modelo gera um token, não está apenas escrevendo uma palavra. Está dando um passo de raciocínio. Um caminho lógico. Uma escolha.


E quando esse processo escala, você não tem mais uma IA respondendo perguntas. Você tem uma IA pensando, decidindo e agindo.


Sim, estamos entrando na era da Agentic AI: sistemas que observam, planejam, experimentam, aprendem e melhoram — sozinhos. São colegas de trabalho, não ferramentas. São parceiros de raciocínio, não calculadoras glorificadas.


Do “Responder” ao “Raciocinar”


A IA generativa nos deu textos, imagens e músicas. Mas a Agentic AI nos dá algo muito mais valioso: decisão autônoma.


Esses agentes:

  • Navegam sites.

  • Usam ferramentas digitais.

  • Analisam vídeos.

  • Fazem raciocínio encadeado.

  • Corrigem os próprios erros.


É como se a IA passasse da escola primária para a universidade. E aprendesse rápido.


Só que tudo isso cobra seu preço: muito mais dados, muito mais treinamento, e uma escalabilidade que só se alcança com… infraestrutura de outro mundo.


A Nova Arquitetura: Blackwell, Dynamo e as Fábricas de Tokens


Entra em cena o Blackwell, o novo superchip da NVIDIA. Cada rack com ele é uma miniusina de pensamento, capaz de produzir milhões de tokens por segundo.


Mas chip sem maestro é caos. Por isso existe o Dynamo — o sistema operacional que gerencia essas fábricas. Ele distribui tarefas, organiza o fluxo de inferência, otimiza a eficiência energética. É como se o VMware tivesse se reencarnado em IA.


Juntos, Blackwell e Dynamo criam um ecossistema onde a IA é gerada sob demanda, em escala industrial.


Data Centers: De Bibliotecas a Usinas Criativas


Por décadas, data centers foram bibliotecas passivas. Agora, viraram fábricas de conhecimento.


Resfriados por líquido. Otimizados por IA. Simulados digitalmente antes de existirem fisicamente. E desenhados não mais por engenheiros de TI, mas por arquitetos de eficiência energética e modeladores 3D.


Cada data center se transforma em uma AI Factory. O produto final? Tokens. Inteligência. Valor.


Raciocínio com Eficiência: o Novo KPI da IA


O futuro será medido em tokens por segundo por megawatt. Porque inteligência demanda energia. Muita. E esse é o novo gargalo.


A NVIDIA aposta em FP4, silicon photonics e NVLink para vencer o desafio. A IA do futuro precisa pensar melhor, com menos. O planeta agradece.


O Computador Repensado


Esqueça o desktop tradicional. Chegaram o DGX Spark e a DGX Station.

  • 20 petaFLOPs de poder computacional.

  • Refrigeração líquida.

  • Prontos para raciocinar, não apenas processar.


Não é mais um computador. É um laboratório pessoal de inteligência.


A IA Está Indo Para o Mundo


A IA não vai mais morar só na nuvem. Ela está indo para a borda: fábricas, carros, hospitais, dispositivos móveis. Em parceria com Cisco, T-Mobile e outras gigantes, a NVIDIA prepara um mundo onde cada objeto é um agente inteligente.


E mais: qualquer empresa pode ter sua própria AI Factory. On-premises, na nuvem, no bolso. A inteligência está sendo distribuída como energia elétrica.


A Reflexão Final


Jensen encerrou sua fala com um relato simples mas poderoso de um conhecido cientista, impactado pela Nvidia:


“Jensen, por causa do seu trabalho, eu poderei realizar o trabalho da minha vida, ainda nesta vida.”


É isso. A IA não veio para substituir. Ela veio para potencializar.


Assim como a eletricidade acendeu o século XX, a IA acenderá o XXI. Mas ela precisa ser fabricada. Escalada. Administrada. Usada com propósito.


E a pergunta que fica é direta e inevitável:


Sua empresa está pronta para virar uma fábrica de inteligência?



Supercomputador Híbrido: Conversando com o Universo


Imagine tentar resolver um cubo mágico com milhões de lados, todos interconectados, com regras que mudam a cada movimento. Surreal? Pois esse é o tipo de problema que enfrentamos ao tentar entender o clima, o corpo humano, os mercados financeiros ou, vá lá, até o humor coletivo de uma segunda-feira chuvosa.


Problemas complexos demais até para os nossos supercomputadores mais potentes. Mas e se disséssemos que estamos, finalmente, virando essa chave?

Bem-vindos à era da computação quântico-cêntrica — onde o clássico encontra o quântico, e os bits se unem aos qubits para dar conta do impossível.


A Revolução Silenciosa (Mas Nem Tanto)


Enquanto muitos ainda acham que computação quântica é coisa de laboratório secreto ou de episódio de Black Mirror, a IBM já ligou as turbinas. Com seu novo IBM Quantum System Two, ela apresenta não só um supercomputador. Apresenta um novo paradigma.


Aqui, a IA, o processamento tradicional e o cálculo quântico trabalham juntos. Cada parte do problema vai para quem entende melhor do assunto. Clássico e quântico, lado a lado, como uma dupla improvável de filme de ação.


E não é ficção: em parceria com a startup finlandesa Algorithmiq e o Trinity College Dublin, a IBM já usou seu processador Eagle de 127 qubits para fazer a maior simulação de correlação quântica da história. Traduzindo: eles usaram a mecânica quântica pra entender o caos. Literalmente.


O Supercomputador com Dupla Personalidade


O que torna esse modelo tão especial?


  • Ele é modular e escalável, com ambição de chegar a 2.000 qubits lógicos e 1 bilhão de portas quânticas até 2033.

  • Ele decide em tempo real o que vai para os processadores clássicos e o que vai para os quânticos.

  • Ele representa uma nova arquitetura de pensamento — em que colaboração entre sistemas é mais importante do que velocidade bruta.


É como se estivéssemos passando dos músculos para os neurônios no corpo da tecnologia.


Inovação é Jogo Coletivo


E ninguém faz isso sozinho.


O segredo aqui não é só hardware de ponta — é a colaboração entre startups ágeis, instituições acadêmicas e gigantes como a IBM. A computação quântica não é um sprint. É uma maratona em equipe, com revezamento, paciência e visão de longo prazo.


E Por Que Você Deveria se Importar?


Se você lidera uma empresa, investe em inovação ou escreve políticas públicas, a hora de prestar atenção é agora.


A computação quântico-cêntrica já está entregando valor prático. Não é hype, é utilidade real. De terapias contra o câncer a novos materiais ultraleves, de previsão de mercado a otimização energética, o campo de aplicação é amplo — e os primeiros a entender isso terão uma vantagem competitiva absurda.


A comparação não é leviana: a computação quântica para os próximos 20 anos será o que a internet foi para os últimos 20.


Ainda Há Desafios, Sim


Qubits ainda são sensíveis como porcelana em mudança de temperatura. Os algoritmos estão engatinhando. A infraestrutura é cara e complexa.


Mas já ultrapassamos o ponto da curiosidade científica. Estamos no território da utilidade quântica — onde essas máquinas conseguem fazer o que os supercomputadores clássicos não conseguem simular. O próximo marco? O tão esperado quantum advantage: quando o quântico não for só melhor — mas inevitável.


Reflexão Final


Richard Feynman já dizia:


“Se quisermos simular a natureza, devemos usar as regras da natureza.”


Agora, com máquinas que falam a linguagem do universo, começamos a conversar com ele no mesmo dialeto.


A pergunta que fica é simples, e poderosa:


Você está preparado para essa conversa?



O Futuro do Trabalho: A Grande Reimaginação em Curso


Sabe aquele velho modelo de trabalho — com horário fixo, chefe exigente, plano de carreira previsível e uma sala com carpete cinza? Pois é. Ele não morreu. Mas anda meio… mumificado.


No SXSW 2025, Rishad Tobaccowala (aquele futurista que fala com CEOs como quem fala com o porteiro) soltou o verbo: não estamos apenas mudando o trabalho — estamos desmontando e redesenhando tudo, peça por peça.


E ele nos trouxe cinco forças que estão sacudindo esse tabuleiro. Spoiler: o futuro do trabalho não é sobre trabalhar mais. É sobre trabalhar diferente.


1. Um Escritório, Quatro Gerações e Um Drama


Baby boomers, Geração X, Millennials e Geração Z. Todos na mesma empresa, falando línguas diferentes e disputando o Wi-Fi do café.


Mas o verdadeiro conflito não é o home office. É o "home chefe".💡 67% dos jovens já têm um trabalho paralelo (“side gig”) e 76% sonham em ser seus próprios chefes. Autonomia, propósito e aprendizado não são mais bônus — são pré-requisitos.


E se não encontrar isso na empresa? Que se dane o crachá, bora vender NFT de gatos com chapéu.


2. O Conhecimento Barateou (e Agora?)


Com a IA generativa, o custo do saber foi pro chão.


Antes, conhecimento era moeda rara, guardada em consultorias ou universidades de elite. Agora, tá tudo aí — no seu bolso, via ChatGPT, Gemini, Claude & cia.


✅ O diferencial hoje não é saber, é conectar, criar, interpretar.✅ O que era tarefa intelectual virou código replicável.


Se sua principal função no trabalho é fazer planilhas e responder e-mails... um bot já faz melhor. E sem pausa pro cafezinho.


3. O Fim do Emprego Tradicional


"Cargo fixo" é o novo "disquete".

Hoje, o mundo virou um marketplace global de talentos. Trabalhar de Bali para uma empresa de Berlim enquanto emite nota de São Paulo? Normal.


💡 50% das vendas da Amazon já vêm da China.💡 E cada vez mais gente prefere ser CEO de si mesmo do que funcionário do mês.


O valor está na entrega, não no crachá. Quem não entender isso, vai perder seus talentos para alguém de bermuda e chinelo vendendo consultoria por DM.


4. O Impacto do “Por Quê?”


Se a pandemia serviu pra alguma coisa, foi pra essa pergunta básica:

"Trabalho pra quê, mesmo?"


Muita gente olhou pro teto (literalmente) e percebeu que a vida estava sendo moldada em torno da profissão — e não o contrário.


Hoje, o trabalho precisa caber na vida das pessoas. E não o oposto.


5. O Escritório? Só com Consentimento


Quer todo mundo de volta à empresa? Beleza. Mas tem que merecer.


💡 “Ganhe o direito de mandar alguém para o escritório”, diz Tobaccowala.


Não adianta ter mesa compartilhada, se ninguém quer compartilhar nada. O presencial precisa ser sinônimo de aprendizado, conexão real, inovação.

Caso contrário, ninguém vai sair do sofá.


O Que Isso Tudo Quer Dizer?


O futuro do trabalho não tem a ver com estar presente, e sim com gerar impacto.

Não é sobre hierarquia, é sobre relevância.

Não é sobre controle, é sobre confiança.


E, claro, tem a IA no meio de tudo isso — automatizando o repetitivo, acelerando o estratégico e exigindo que a gente, humanos, invista no que só a gente sabe fazer:Imaginar, sentir, conectar e criar.


A pergunta agora não é mais "qual será o seu cargo?"

É: qual problema você resolve?



O Futuro em Questão: Emoções, Escolhas e a Coragem de Sentir


Você está no SXSW 2025. No palco, três mentes que não costumam dividir holofotes: Esther Perel, terapeuta e especialista em relacionamentos; Amy Webb, uma das futuristas mais influentes do planeta; e Frederik Pferdt, aquele criativo que te faz pensar com o lado direito do cérebro.


A proposta? Falar de tecnologia, claro. Mas pela porta da emoção. E o que era pra ser uma conversa sobre o amanhã virou uma aula sobre o agora.


Viva Mais… Pra Quê?


Esther Perel começou com um soco gentil:


“Por que você iria querer viver mais… se está infeliz?”


A questão da longevidade é quente. Vivermos até os 100, 120 anos parece uma vitória. Mas e se a vida longa vier sem saúde emocional, sem propósito, sem vínculos? De que adianta viver mais, se estamos apenas esticando o vazio?


Essa provocação virou capítulo no livro do Dr. Peter Attia. E agora, quem lê “Outlive” encontra algo que faltava nas discussões sobre longevidade: o cuidado com o sentir.


Prever ou Imaginar?


Amy Webb e Pferdt divergiram num ponto essencial:


  • Amy, com sua lente de dados, acredita que precisamos prever para agir. Que futuros tangíveis ajudam líderes a decidir.

  • Frederik propõe outra coisa: não perguntar “o que vai acontecer?”, mas “qual futuro eu desejo?”.


Entre previsão e imaginação, o que surge é uma terceira via: o futuro não se antecipa — se constrói.


Emoções: O Motor das Decisões


No papel, tomamos decisões com planilhas. Na prática, decidimos com o coração.


Amy confessou: mesmo guiada por dados, ela sabe que o que move a ação é o que sentimos. Pferdt complementa: e se projetássemos o futuro começando pelas emoções que queremos sentir? Segurança, liberdade, pertencimento?


Talvez a inovação mais necessária hoje não seja técnica, mas emocional: criar futuros emocionalmente sustentáveis.


Liberdade: Presente Que Vem com Manual de Instrução


Esther trouxe outra reflexão: nunca tivemos tanta liberdade — pra amar, trabalhar, morar, mudar. Mas... liberdade sem preparo vira ansiedade.


Queremos escolher tudo, mas paralisamos com o medo de errar.


A saída? Frederik sugere: confiança nas relações. Ter com quem contar torna a liberdade mais leve.


E Amy alerta: liberdade exige responsabilidade emocional. Escolher com consciência, aceitar as renúncias. Porque não dá pra ter tudo — e tudo bem.


Nosso “Eu Futuro” Está Sozinho?


Uma provocação potente: você sente empatia pelo seu “eu futuro”?


Parece simples, mas nosso cérebro trata o “eu de daqui a 20 anos” como um estranho. E aí, decisões ruins no presente viram arrependimentos lá na frente.


A dica aqui não é só planejar. É sentir esse futuro. E fazer hoje o que vai fazer seu “eu de amanhã” sorrir — e não te xingar.


Relações em Tempos de Swipe


Perel alertou: estamos perdendo musculatura social. Acostumados com apps que não erram, esperamos o mesmo das pessoas.


Mas gente não vem com botão de atualização. É falha, imprevisível, desconfortável. E isso não é defeito. É o que nos torna… humanos.


Frederik e Amy reforçam: a empatia será a habilidade mais valiosa do século. E empatia sem responsabilidade vira discurso vazio.


Conectar exige esforço. Relações reais dão trabalho. E vale cada segundo.


A Pergunta Que Muda Tudo: “E Se…?”


No fim, a fala mais simples foi a mais potente:


“E se, em vez de pensar no que pode dar errado, começássemos a imaginar o que pode dar certo?”


Trocar medo por curiosidade. Controle por confiança. Ansiedade por visão.

Essa pergunta não é só estratégica — é transformadora.


O Futuro Não Acontece com Você — Acontece Por Sua Causa


O painel terminou com um lembrete essencial: o futuro não vem pronto. Ele é moldado pelas decisões que tomamos agora.


E não é um exercício solitário. É uma construção coletiva — de empatia, conexão e imaginação. De responsabilidade emocional.


Então, ao pensar no que vem pela frente, pergunte:


  • Que tipo de futuro eu desejo?

  • Que emoções quero sentir lá?

  • Com quem quero caminhar até lá?


Porque o futuro não é um destino. É uma escolha diária. Uma relação a ser cultivada.


E você? Já começou a desenhar o seu futuro preferido — com os sentimentos certos?



REFLEXÕES FINAIS | O Futuro Que Ainda Não Existe — Mas Já Está Pedindo Passagem


Se há algo que ficou claro no SXSW 2025 é que a tecnologia não tem destino próprio. Ela apenas amplia o que já somos.


Se formos ansiosos, ela nos acelera.

Se formos empáticos, ela nos conecta.

Se formos indiferentes, ela nos distancia.

Se formos conscientes, ela nos transforma.


O futuro não será o mais inteligente.

Será o mais intencional.


As máquinas pensarão. Mas só os humanos sentirão.

E talvez seja aí — exatamente aí — que continue morando nossa maior vantagem.

Então, antes de investir na próxima IA, pergunte:


  • Qual problema humano você quer resolver?

  • Qual dor emocional você quer curar?

  • Qual versão sua você quer ver no futuro?


Porque, no fim das contas, a grande inovação do século XXI talvez não esteja nos dados, mas nas decisões.


E como toda decisão, ela começa agora.


Assinado: Renato Grau, Chief Connection Officer da Rocketbase - Venture Studio





Comments


bottom of page